ABC das Classes Sociais – Aspectos Gerais

Prof. Mestre José Sobreira Barros Junior

Um importante debate no campo sociológico, o processo de análise das classes sociais também se mostra de uma forma fundamental, na análise de mobilidade social e principalmente as dinâmicas de como esse processo ocorre influenciando a vida cotidiana e vários dos seus aspectos. O filósofo alemão Karl Marx, de uma maneira simples e cientifica, apresentou uma característica das classes sociais, isto é, o local na produção das forças de trabalho, pois neste sentido, um operário, vai fazer parte da classe operária, um lavrador um camponês, do campesinato um trabalhador do comércio, um pequeno burguês, o dono da indústria é um industrial, o criador do Banco é o banqueiro, o grande proprietários de terras é um latifundiários, em geral esses três últimos citados são os donos dos meios de produção.

Muito bem, a classe é claro tem seus interesses particulares, para ganhos e sustentação, os interesses entre quem tem o controle dos meios de produção e os que não possuem, são conflituosos em todos os sentidos, do cultural ao social. A sociologia,tem um objetivo de contextualizar a sociedade e os grupos sociais, sendo assim é impossível não perceber as diferenças, as preferências antagônicas entre os grupos, ao mesmo tempo, existem o chamado ponto de similaridade, ou, igualdade em alguns aspectos, por exemplo é interessante perceber como em uma festa popular (no caso do nosso pais) como o carnaval, em meio aos blocos, ao desfile das escolas de samba entre seus componentes, encontramos uma atenuada diferenças, ou, as classes se misturam.

Alguns lugares, como a praia, também existe a dissimulação do conceito de divisão de classes, apesar de existirem praias exclusivas para determinados grupos, hotéis com clara separação social, em geral é um lugar democraticamente frequentado. Assim, ao estudar um grupo social,claro não pode ser visto de uma maneira superficial, muitos aspectos devem ser abordados, para que equívocos não sejam cometidos, existe hoje uma narrativa sobre “o valor individual” do sujeito para a sociedade, seus desprendimentos etc. Porém, esse processo é muito desigual, por exemplo as condições de sobrevivência e estudo são desiguais, só para ficarem um mínimo comparativo, portando o tal “valor”, não é igual para todos e fica difícil aceitar a narrativa de “capacidade empreendedora” do sujeito na sociedade.

Não podemos perder de vista de observar a sociedade (o termo social) como uma estrutura coletiva, claro, temos o dever de destacar as individualidades de cada um e estimula-las, porém não podemos perder de vista, a luta e conquista de igualdades de oportunidades, daí quando determinados grupos lutam por exemplo, “educação pública de qualidade” (local aliás, onde 90 por cento da população não possuidora dos meios de produção estudam, quando podem estudar) não é só uma luta especifica, de educadores e membros dos grupos sociais, mas para o bem de toda sociedade, no fundo, a ideia de uma evolução equânime, igual, para todos.

Isto fica bem claro, quando temos notícias em nosso país, de Universidades de Medicina particulares (muitas se comparadas com as públicas) onde as mensalidades chegam a dez mil reais e as universidades públicas as vagas são disputadas as vezes em 90 por um! Quem vai ter acesso? Impossível as camadas que não possuem os meios de produção terem filhos médicos?

Claro que não, até mesmo nossa sociedade de capitalismo tardio, cria via governos.

 

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